Tenho um péssimo defeito, detesto ver as pessoas tristes. Daí muitos dizem:
Mas Pedro, é impossível ser feliz o tempo todo! Em algum momento acabamos tristes.
Eu sei disso, porém, não diminui em nada esse meu defeito. Sempre que vejo uma pessoa triste, minha primeira atitude é me aproximar e oferecer um ombro amigo, talvez por ter em excesso um sentimento paternalista, ou então por várias vezes ter engolido minha tristeza e aberto um sorriso largo para o mundo. O fato é que, não suporto ver isso nas pessoas.
Sempre que vejo um status deprimente em uma rede social, ou quando percebo uma expressão melancólica estampada no rosto dos outros eu me aproximo, devagar para não assustar a pessoa, começo a conversar bem de mansinho e quando a pessoa menos espera, eu abraço essa tristeza e tomo dela. Não é certo, cada um deve viver seus próprios sentimentos para conseguir aprender a lidar com os obstáculos da vida e “talz”.
Mas caramba, como posso pensar nisso se estou diante de alguém que não está nada bem, e está cagando (desculpem o palavreado) para os tais obstáculos da vida? A pessoa apenas quer que aquela tristeza vá embora, ela não está dando a menor importância se após viver aquilo ela vai estar mais forte ou mais resistente, ela NÃO QUER SOFRER MAIS! E quando me vejo diante de alguém nesse estado, tenho duas alternativas:
- Me envolvo e tento ao máximo fazer com que a pessoa se sinta melhor;
- Observo, sorriso e aceno enquanto saio de banda esperançoso para que não percebam que não liguei pra situação.
E é claro que vocês já sabem qual opção eu escolho, não é verdade? Não ligo se eu acabo afetado, quero apenas tirar isso da pessoa, acabo sendo um pouco intrometido, mas percebo que sempre que me presto a ajudar, as pessoas se permitem. Então quando consigo, fica a sensação ótima de felicidade, por ter sido útil, e isso me faz bem. Acabo absorvendo aquela tristeza, pego ela e guardo numa caixinha bem dentro de mim, e tudo fica numa boa depois disso.
Estranho? Sim, muito, ainda mais hoje em dia, época em que as pessoas se preocupam apenas com elas mesmas e esquecem de que as outras pessoas também são seres humanos, feitos de carne e osso, sangue e espírito.
Nessas ocasiões é que me lembro do trecho de uma música (João e o Pé de Feijão) do cantor Cícero.
Ainda não fazem pessoas que enxuguem
Suas próprias
Mágoas.