é big é big é big big big!

“FELIZ ANIVERSÁRIO!!!”, geralmente eu sou uma pessoa calada em redes sociais, principalmente em apps de mensagem, no máximo me faço mais presente em grupos de whatsapp onde converso com várias pessoas e até aí está tudo ok… nas algo mais recorrente é eu chamar as pessoas e desejar-lhes um feliz aniversário. não importa se eu tenho muito ou pouco contato com a pessoa em questão, não importa somos muito ou pouco amigos e nem se vamos passar a ser…

em dois dias eu estarei comemorando o meu aniversário, e não tem nada que me deixe mais feliz, receber os parabéns é é incrível, é ótimo saber que alguém está celebrando o fato de você estar vivo e completando mais um ano de vida, a sensação de que alguém parou o dia para lembrar de você, ou então de que te querem bem.

eu amo o meu aniversário, além de ser a data do meu nascimento, esotericamente é uma data incrível, para os celtas também é um marco, o fim de um ano e o início de outro, e tudo isso se converge para a data do meu aniversário, o dia primeiro de maio. quando digo o dia em que nasci todos comentam a mesma coisa: “Olha o dia do trabalho…”, mas sorrio e secretamente eu penso: “É o final de um ano e início de outro!”.

normalmente no meu aniversário eu comemoro o samhain, dia sem sol, quando o ano termina e recomeça, é um festival com dança, fogueira, pedidos que são queimados, desejos para que o próximo ano seja melhor, desejos para que as coisas ruins fiquem para trás. normalmente seria assim, mas aí entramos nesse período de pandemia, estamos todos em quarentena e a celebração linda que eu planejava não vai rolar.

então no fim das contas, com ou sem fogueira, logo logo vou assoprar velas e desejar coisas boas, pedir para que as coisas ruins se afastem e me alegrar por um novo ano.

“você sumiu”…

há alguns anos eu venho notando inúmeros traços de uma possível frieza e/ou desapego em relação a outras pessoas, sendo aqueles que eu amo verdadeiramente ou apenas aqueles por quem nutro uma grande estima, o fato é que, em poucas palavras: eu sou aquela pessoa que não vai te procurar (e se eu o fizer, considere-se uma pessoa de valor inestimável para mim).
    eu não compreendo a necessidade massiva que as pessoas têm em ver o outro ali, diariamente mandando mensagens, se fazendo presente (ou ao menos tentando)… não compreendo essa ideia de que se fulaninho passa um ou dois dias sem falar contigo, então essa pessoa sumiu, te esqueceu ou deixou de se importar com você. se esse for o caso, então devo presumir que a única forma de demonstrar o quão importante as pessoas são para você é através do universo virtual?

    receber uma mensagem é um gesto bacana, significa – talvez – que a pessoa está pensando em você.

    mas e quem não é assim? e quem não sente a necessidade de ficar ali, todos os dias, correndo atrás de alguém como um cão? isso significa que essa pessoa não sente sua falta? que ela não pensa em você? ou que ela não se importa se você está vivo ou morto? é bom lembrar que dar notícias é um gesto de delicadeza, interpretar uma falta de contato como forma de desinteresse, menosprezo ou mesmo que essa pessoa esqueceu de você só mostra o quanto está soterrado pela constante necessidade de atenção que atinge as pessoas hoje em dia.

    para completar essa interpretação burra, ainda tenho que ler aquela frase de duas palavras, que cria uma linha divisória entre quem falou (a vítima) e quem ouviu (o criminoso)… em algum momento entre escrever “você sumiu” e pressionar o botão para enviar a mensagem, você parou para pensar que também sumiu? que não procurar, mas apenas ficar sentado em seu troninho egocêntrico e aguardar o momento em que poderá disparar essa flecha chamada “você sumiu” não ajuda em porcaria nenhuma?

    encare seu reflexo quantas vezes quiser e se fantasie de Pobre Sofrida Abandonada, mas o distanciamento acontece para os dois lados, aquele que não buscou é tão culpado quanto aquele que se afastou, é claro que jogar a culpa em alguém é muito mais fácil; mas não se engane meu amor, tem dedo seu nesse angu!

    e para todos que perdem o seu tempo enchendo a minha caixa de mensagens dizendo que eu:

  • sumi;
  • esqueci;
  • não me importo.

    vão à merda! não preciso ficar correndo atrás de ninguém para demonstrar que me importo ou que me preocupo, não tenho que ficar cheirando o rabo de vocês para que saibam que me importo com vocês. amizade não se vê, não se toca, nem cheira, é abstrata, sabemos que ela existe porque SENTIMOS! e cada pessoa sente a sua maneira, não julgo o modo como vocês se sentem ou se expressam, então não torrem o meu saco!

pelo interfone


Há um ano e um dia atrás eu estava nesse momento sentado numa poltrona de um ônibus que saiu de Macaé e estava se dirigindo para a rodoviária Grande Rio, cheguei lá por volta do meio-dia e meia, então esperei o ônibus que me levaria de volta para a cidade onde fui criado… Ele chegaria por volta das 13:20 por isso eu estava na área de embarque com duas malas e uma mochila, em uma das mãos um livro que havia comprado no dia anterior e na outra mão os sonhos que eu ia deixando por todo o caminho de volta.
Hoje eu me pergunto como reajo a tudo isso, e a resposta é simples: Estou bem.

Foi um longo ano, vivi coisas maravilhosas, passei por momentos difíceis, vivenciei experiências que eu jamais imaginaria e também algumas que não gostaria que tivessem se repetido. O fato é que passou-se um ano.

A minha evolução pessoal mostra que nesse período eu me tornei um ser humano diferente… Eu cresci, amadureci, me tornei menos orgulhoso, aprendi a ceder, tudo isso após uma longa contenda mental, física, emocional e mística, onde tudo o que se pode imaginar aconteceu. Era um período conturbado regido pelo ciúme, a possessividade, a teimosia e também falta de empatia… Pois é, vejam só o que o fim de um relacionamento causa.

Mas será que se soubéssemos o que viria a acontecer ainda teríamos tentado? Cícero canta em “Pelo Interfone”:

Ah, Dindi

Se tu soubesse como machuca

Não amaria mais ninguém

Quando embarquei no ônibus para Volta Redonda, eu tentei respirar mais aliviado, Silva cantava em meu fone, na mão direita eu estava segurando a japamala e na esquerda o celular onde havia uma foto nossa, juntos… Lembro de ter pensado que devia ter cerca de sete meses aquela foto, deuses, como a memória é incrível… Eu pensava em nós dois, era inevitável, lembrava de quando cheguei em sua cidade.

Você se lembra desse dia? Lembra de ter me feito esperar por quase uma hora? Nunca gostei de falta de compromisso, odeio atrasos, e eu estava com um mal humor infernal, mas sorri para você, reclamei do atraso? Sim, não seria eu se não tivesse reclamado, mas nós nos abraçamos e fomos para a nossa casa… Aquele dia foi lindo e eu me senti feliz.

Ah, Dindi

Se tu soubesses

Ah, se tu soubesses

Não contaria pra ninguém

Passou-se um longo ano…

Não sei dizer do que sinto mais falta, mas sei dizer que cada momento foi único e especial… Mesmo nas brigas, cada instante era bom, pois era nosso, é essa era a grande beleza que não soubemos aproveitar e apreciar. Bem, no pior dos casos, hoje apreciamos e aproveitamos tudo, com nossos pares, em nossas vidas, após ele longo ano.

Parabéns para nós, nessa estrada que percorremos, nós fizemos um ano de vida após a guerra fria mais cruel e desgastante onde cada recurso de vida era racionado e nada, absolutamente nada era evidente na superfície.

Já dizia o outro: “As aparências enganam”.

Quando contei ao meu namorado sobre esse ciclo ter se concluído ele me questionou se eu estava bem com tudo isso, e a resposta é sim, eu estou bem. Fiquei mal por meses, as fotos (todas elas) estavam comigo, as lembranças importantes estavam comigo, minha cabeça guardou tudo e a tecnologia se encarregou de arquivar, catalogar e manter um backup em nuvem (imagine a surpresa ao constatar que o GoogleFotos tinha armazenado as fotos que nem eu possuía). Mas sim, estou bem, cada dia se torna melhor que o anterior, tenho novos desafios, um novo amor, novas metas e – como todos – eu tenho um baú de recordações.

Fala pra ele o que nunca falou pra ninguém

Pra ele também

Um certo dia de Outono.
Terça-feira, 4 de Abril de 2017.

Pedro Shyneider

eu namoro


Eu namoro, então se quiser se aproximar de mim querendo amizade será bem vindo, mas se tiver segundas ou terceiras intenções, nós paramos por aqui… Porquê digo isso? Eu sou a favor do amor, quando se fala desse sentimento eu me transformo num militante. Eu brigo com unhas e dentes por algo que eu sinceramente acredito que existe é vale a pena ser compartilhado. Não é bonitinho, não é fofinho, é real, exige confiança e é algo libertador.
Por acreditar de forma tão profunda neste sentimento, eu procuro cultiva-lo de todas as formas, seja um amor por minha família, pelos meus amigos ou pelo meu namorado, amor é amor…

O que me irrita é quando querem atrapalhar isso, quando eu declaro o meu amor por algo ou alguém, significa que serei eternamente fiel a este sentimento, ainda que a outra pessoa não seja, eu serei e foda-se o outro por não conseguir ser fiel às próprias palavras. Essa é a minha verdade. Me incomoda o fato de outras pessoas não respeitarem essa verdade é desejarem que eu mude para me encaixar na vida descompromissada dessas pessoas.

Mas o mundo gay é assim hoje em dia…

E daí? O que eu tenho com isso? É problema meu se as pessoas não valorizam mais um compromisso com outra pessoa? Só porque alguém não acredita no amor eu também não devo acreditar? 

O fato de eu fazer parte do tal mundo gay não me torna um ser humano libertino que pensa com a cabeça de baixo, não é por eu me relacionar com outra pessoa do mesmo sexo que eu seja promíscuo… Muitos usam a desculpa do mundo gay ser assim apenas para não serem culpados pelas próprias ações e encararem as consequências dos próprios erros. É verdade que sexólogos já divulgaram uma pesquisa anunciando que a humanidade caminha dá monogamia para o relacionamento aberto, mas há quem creia na monogamia e isso para algumas pessoas é fundamental.

Eu namoro, então peço aos deuses quando faço uma nova amizade, que essa pessoa entenda o quanto é importante para mim manter em paz o meu relacionamento com o meu namorado, eu o amo de coração e apesar de gostar de fazer amizades, vou sempre escolher ele, não por devoção ao homem mas por respeito ao sentimento que tenho e nutro por ele. Talvez aos olhos de outras pessoas o amor não exista, talvez vejam como uma fantasia boba, mas para mim ele não só existe como também é grandioso, poderoso e vital.

Eu namoro. E eu o amo.

eu, inverno

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Dizem que não sinto, que sou frio, que não amo, que não me importo, que a minha grosseria é por pura crueldade. Me chamam de Coração Gelado, de Homem de Gelo, de Elza…

Não entendem que sou filho do inverno, que sou mesmo gelado, que vivo no frio, que me sinto bem nele. Mas também não entendem que sou um vulcão por dentro, que queimo em meu interior, que o magma que corre nas minhas veias vão direto para o meu núcleo…

O coração…

Esquecem que estou vivo, que sou transtorno e transtornado, que me sacudo em fúria e explodo queimando tudo ao meu redor. Esquecem que quando faço essas coisas, eu me queimo também, mas aí me querem gelado, pois é mais fácil lidar com a neve do que com o fogo. O meu coração se agita, pois fico a pulsar liberando o calor que sou, que me aquece por dentro.

A fina camada de gelo que há em mim se dissolve e evapora, então o fogo líquido que escorre pelos meus poros devasta tudo em meu caminho. Nessas horas fogem de mim, querem a liberdade, querem sobreviver, embora seja um tremendo descompasso, pois há pouco me queriam ardente e quando ardo querem distância.

E em minha solidão, eu preciso esfriar outra vez, volto a ser gelado, volto a ser filho do inverno, volto a viver no frio.

 

De onde eu nunca deveria ter saído.

mais uma sobre quem escreve…

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Odeio ser tocado… Pois é, está aí uma verdade estranha, considerado o fato de eu ser um ser humano extremamente carinhoso, que adora tocar as pessoas que gosta. Mas eis aí uma verdade séria ao meu respeito… ODEIO SER TOCADO.

   Existe algo entre invadir o espaço pessoal e a permissão para que adentrem este espaço, a linha entre esses dois pólos é muito fina (e para mim quase inexistente), então eu fico incomodado quando as pessoas acreditam que têm essa liberdade de chegar e me abraçar, porque gosto de estar em meu isolamento, é seguro pra mim, é bom, não preciso me preocupar com nada além de mim, e isso me faz bem? Sim, isso me faz um bem extraordinário.

   Eu sei que ninguém é uma ilha, eu sei que vivo em sociedade, eu sei que é sempre bom ter alguém ou algo a que possa se agarrar, e eu me agarro em mim, com todas as minhas forças, eu me seguro na única pessoa em quem confio que é forte o bastante para manter-se firme caso o meu eu interior vacile, esta pessoa é o meu eu exterior, e acreditem, ele segura bem as pontas.

   Bem, vivemos num país onde é costume você ser abraçado quando não está se sentindo bem… Para pessoas que não gostam de ser tocadas (como eu), isso é complicado, porque abraçar e dar tapinhas nas costas são atitudes completamente descartáveis, sério, isso não funciona comigo, não adianta, a não ser que eu tome a iniciativa e abrace ou peça um abraço, aí a coisa muda de figura. É difícil entender, eu sei, mas pensem em uma criança que detesta ser tocada, imaginem… Um pirralho de três para quatro anos, extremamente aborrecido porque as pessoas queriam pegar esta criança no colo e ficar abraçando e/ou beijando; pois é, este era eu, cresci e não mudei muito, continuo uma verdadeira inconha, e não passei a gostar mais de ser tocado.

   Não sou contra demonstrações de afeto, deuses, eu amo demonstrações de afeto, pegar na mão, abraçar, beijar, morder, cheirar, gosto de tudo isso, mas a dois, um casal pode fazer isso numa boa, quando você não está bem, e seu/sua companheirx te abraça, te coloca no colo e faz com que você se sinta protegido, acolhido… Cara isso é ótimo, é lindo, é maravilhoso… Isso é bom, e eu amo esse tipo de contato, mas se você é meu amigo, se é um parente, se é um colega, se é alguém que estudou comigo no maternal e por alguma razão estranha e inquietante se lembra de mim até os dias atuais, por favor, eu repito em  caixa alta, negrito, itálico e sublinho, POR FAVOR, aperte a minha mão, fique a um braço de distância comigo, mas não me abrace.

o que me importa…

Quero o amor que as pessoas podem me dar, não quero algo que eu idealizo, não quero imaginar uma coisa é me apegar a algo que eu não possa ter.
    Quero aquilo que é possível e não o inalcançável; quero uma realidade, e não um sonho. Não posso exigir mais, se eu amo amo com intensidade e com exagero, mas esse sou eu, e eu sou um gigante, mas nem todos conseguem ser. Não importa o quanto eu exija, não importa o quanto eu queira…

    O que me importa, é o que podem me dar.